segunda-feira, 24 de agosto de 2009 | By: Valeska Moraes

Um diálogo com a consciência

- Meu cupido descarado, só queres tudo insanamente do teu jeito

E porque fizeres, na verdade?

Por descuido estúpido ou na dina crueldade

Acertara-me uma flecha com defeito.

- Perdoa-me a estupidez do meu arcado

Se nem as forças divinas previam assim

Que a minha culpa não atribua a mim

Mesmo eu sendo integralmente o culpado.

- Mas se tua remissão fosse compromisso

Eu poderia na tua incerteza sobreviver

Mas se mesmo perante o sofrimento eu não esquecer?

Você tinha que ter previsto tudo isso.

- Eu sei a consequência do meu pecado

O que fizera o amor, foi ilógico

Mas nada disso foi de propósito

Eu juro que não foi assim predestinado.

- Do que você está falando, assassino?

Você é cúmplice desse crime

E depois insensivelmente me reprime

Culpando a incompatibilidade do meu destino?

- Se não acreditas no meu tratado

Onipotente não sou, nada posso garantir

E não que eu queria te confundir

Mas nem eu sei o que deu errado.

- Mentiroso, eu não preciso da solução

Na angustia da incerteza intrusa

Só não me deixe na permanência confusa

E me disponha uma possível explicação.

- Ouça, tenho razoes sóbrias para que acabe

Destruo-te com tua esperança, crendo

Que não lhe fará diferença ficar sabendo

Que teu amor te ama e não sabe

-Eu protesto sim, quando me pedes que eu canse

Quem eres tu que não descança

Até que tires minha esperança

Pensei eu, que tinhas chance

Meu amor não se iluda, o que lhe restou de esperança já te fora arrancado

Entenda, que o coração faz-te do amor... cego

E que sou simplesmente seu próprio ego

Mostrando-lhe que pensou errado.