segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 | By: Valeska Moraes

Um outro eu.

"Me perdoe."
Foi tudo o que eu soube dizer.
Eu não queria enxe-lo de mentiras e alimenta-lo de esperanças. Não, eu não poderia.
Eu o amei de tão intensa forma que por vezes acreditei que tivera encontrado o amor da minha vida, a outra metade de mim.
Mas eu estava enganada. Eu estava realmente enganada.
Ele nunca havia sido de verdade a minha outra metade. Não havia 50% de mim em falta.
Ele era mais que isso. Meu coração tinha um espaço muito maior incompleto e ele encaixou-se perfeitamente nessa falta. Como eu poderia saber?
Sim, posteriormente eu pude sim descobrir. Mas ja era tarde demais.
Não como ele, eu não perdi um amigo. Mas eu também não havia perdido um amor. Eu não perdi o homem dos meus sonhos, nem perdi minha alma gemea. Eu não perdi minha outra metade.
Eu perdi minha sensibilidade, meu juizo, meu bom senso. E os perdendo, eu o perdi. E o perdendo, perdi a mim mesma. Eu perdi tudo. Tudo por um novo eu. Um eu insensível. Sem fundamentos.
E se você me perguntasse se esse poder que ele possuía o fazia perfeito? Eu lhe responderia: Não. Nunca o fez. Mas ele me amava, ele realmente me amava e isso era o bastante. E mais do que suficiente.
E então, eu te pergunto agora: O que será da minha vida sem ele? O que será de mim...

sem mim ?
segunda-feira, 23 de novembro de 2009 | By: Valeska Moraes

Amador

Amo porque vivo o amor. E só ele é o que me faz amar. Quanto mais vivo, mais amo e quanto mais amo, mais vivo do amor que não sei lidar.
Amo porque simplesmente amo, mas se fosse simples não seria amor. É um simplesmente simples, que se complica e confunde-se na incerteza pessoal de um amar de amador.
Amo, e quem ama sabe. Amo, e quem ama sente. Quem ama só não pode explicar, que o amor que faz amar, viria a isso a possibilitar, que o amar do amador, faz-te vir amar somente.
Então não há o amar demais, nem o pouco amar de dor. Quem ama, só ama e quem o sente quer simplesmente: sentir o amor. E não mais importa o que dói que sentes. Por amar, diz o que ama:
que ama a dor.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009 | By: Valeska Moraes

A máscara

Por que choras assim, assistente querida?
Es tão mais transparente que o proprio magico ou culpada por nao poder usar a mascara também?
Não que o teu senhor não sinta. Nem minta, pra plateia que assiste, mas tem um escudo facial que o protege.
Você pode perceber a diferença? Pois que não, não há. É o mesmo sentir, é o mesmo chorar.
Sem lágrimas.
Percebeste o sorriso dele? Pois que não, não tente, estais coberto, mas há. Você ouve a gargalhada facilmente e não percebe que é tão triste quanto o seu não-disfarçar.
Até, talvez, sofra mais que ti, mas disfarça melhor pra plateia, quando a magica dá errado.
Mas quem sabe ele tente novamente. Minha assistente, sorrio tão triste quanto seu rosto molhado.

O vento

Ah, eu lembro-me tão bem do momento. Ele ali ascendente, firme, instável, contraditório.
Tão rápido, tão passageiro quanto uma brisa, ou não. Vento furacão.
Breve, tão leve, brisa me leve, me dá calafrios.
Breve, tão breve, me carregue, a ti, em ventos frios.
Arrepios.
Estremeço, temo, tremo. Aonde que me levar?
Vento fraco, brisa se converte em tornado. Me carrega ao teu lado pra onde quiser me guiar.
Arrepiado, guiado, calado.
Vento, momento que não sai do pensamento.
Atinge-me abaixo do ouvido e ascende ate o meio do pescoço.
Eu aguentaria me conter?
Brisa, vã brisa. Não posso te guiar, mas se for passar...
Leva-me com você.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009 | By: Valeska Moraes

Soneto da Revolta

Quando resolvi que não sofreria mais por porra alguma
Acordei-me na cura do amor ferido
Nesse cacete de amar e não ser correspondido
Resolvi não chorar mais por porra nenhuma

E esse caralho de viver esperando acontecer
Deliberei essa porra de sonhar
E se um filha da puta me propor amar
Sem piedade, eu mando se fuder

Mando mesmo, porque cansei de chorar rios
E me passar de usurpador
Estilhacei o sapato rosa, quebrei o disco de vinil

Rasguei ao meio a molécula de dor
Já mandei tudo à puta que pariu
E que se foda a porra do amor.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009 | By: Valeska Moraes

Um diálogo com a consciência

- Meu cupido descarado, só queres tudo insanamente do teu jeito

E porque fizeres, na verdade?

Por descuido estúpido ou na dina crueldade

Acertara-me uma flecha com defeito.

- Perdoa-me a estupidez do meu arcado

Se nem as forças divinas previam assim

Que a minha culpa não atribua a mim

Mesmo eu sendo integralmente o culpado.

- Mas se tua remissão fosse compromisso

Eu poderia na tua incerteza sobreviver

Mas se mesmo perante o sofrimento eu não esquecer?

Você tinha que ter previsto tudo isso.

- Eu sei a consequência do meu pecado

O que fizera o amor, foi ilógico

Mas nada disso foi de propósito

Eu juro que não foi assim predestinado.

- Do que você está falando, assassino?

Você é cúmplice desse crime

E depois insensivelmente me reprime

Culpando a incompatibilidade do meu destino?

- Se não acreditas no meu tratado

Onipotente não sou, nada posso garantir

E não que eu queria te confundir

Mas nem eu sei o que deu errado.

- Mentiroso, eu não preciso da solução

Na angustia da incerteza intrusa

Só não me deixe na permanência confusa

E me disponha uma possível explicação.

- Ouça, tenho razoes sóbrias para que acabe

Destruo-te com tua esperança, crendo

Que não lhe fará diferença ficar sabendo

Que teu amor te ama e não sabe

-Eu protesto sim, quando me pedes que eu canse

Quem eres tu que não descança

Até que tires minha esperança

Pensei eu, que tinhas chance

Meu amor não se iluda, o que lhe restou de esperança já te fora arrancado

Entenda, que o coração faz-te do amor... cego

E que sou simplesmente seu próprio ego

Mostrando-lhe que pensou errado.

domingo, 26 de julho de 2009 | By: Valeska Moraes

Tamanha Imbecilidade

Sabe o amor? De um tempo pra cá eu só falo, escrevo e penso nele. Na realidade desde que eu descobri o que ele é, eu venho descobrindo o que ele faz também. Acabo que começo a ver as coisas muito pelo lado positivo e me sinto um pateta benevolente falando de meiguices e vendo arte onde não tem. Acabo que muitas vezes me perco no que estava falando e me pego novamente falando dessas "imbecilidades".
Enquanto você está aí angustiado reclamando do mundo por falta de carinho e olhando a pela vida passar pelo seu lado escuro, para mim, tudo são nuvens brancas, desenhos felizes, brisas relaxantes, borboletas azuis, pássaros coloridos, sorrisos cintilantes, assovios apurados e um mar de rosas, ah as rosas, esqueci de citar o quão lindas elas são, tão simples e tão agradáveis. Absurdamente benevolentes. Lembrei-me até ainda há pouco de olhar o significado de "benevolente" no meu dicionário, e resolvi dar uma bisbilhotada no significado de amor. Intrigante, não tinha nenhuma definição. Engraçado, tinha uma foto sua lá.
Hã?


Espera aí, do que é que eu estava falando mesmo?

sábado, 25 de julho de 2009 | By: Valeska Moraes

Cuide-se

Sensação impiedosa essa, que me aborda e vem me desgastando e me consternando vagarosamente. Talvez um dia isso me consuma tão por completo que eu desprenda-me da naturalidade de amar. São idéias tão utópicas que nem meu diligente coração utopista acredita mais. Zelo para que forças divinas unam-se e impeçam-nas. Se é que elas têm ousadia o suficiente para atingir um objetivo sem fundamento, pois qual a motivação que elas teriam para revogar um sentimento tão intenso que meu cérebro não possivelmente processou e meu coração não duvidosamente compreendeu?
Não compreendo mais porque não meramente aceito e desapego-me da idéia que determinados sonhos voltem a me acontecer, se no momento, esquecer, é a 2ª coisa que eu mais prezo. Talvez porque não seja a primeira. Por que a primeira já parece bem improvável e presumível pra mim.
Apoio-me na idéia de que ninguém é perfeito até que a gente se apaixone por esse alguém... sinto-me até a confirmação real de tal afirmação. O amor não se explica simplesmente se sente. E se você não tem a certeza se está apaixonado ou não, é tão simples, você simplesmente não está. Porque o amor por mais inexplicável que seja você saberá e entenderá quando sentir. Pois ele é o único sentimento que realmente vai torturar-te de ciúme, consumir-te vagarosamente e confundir-te por completo. E a verdade é que todas as pessoas que amam tentam-no explicar. Mas partir do momento que você conseguir explicar certamente o amor que sente... você já não ama mais.
E um dia você vai compreender e vai passar por tudo isso e entenderá que amar é uma lei da vida.
E que Deus seja justo ao ponto de que um de seus amores seja verdadeiramente recíproco e que você seja inteligente o suficiente para conseguir mantê-lo. E que se por questão de amadurecimento necessário, você tiver que sentir um amor que não correspondido, que você seja forte o suficiente para superá-lo com a cabeça erguida e o coração firme e que você aceite que alguns amores já vieram predestinados e que você não deve interferi-los de maneira alguma. Que você não chore tão desesperamente ao ponto de descontar seus desaforos em alguém, que não grite de raiva, que não chore de desgosto, que não odeie e não xingue ninguém. Que não beba nem se iluda com outras pessoas achando que vai funcionar, você só vai continuar o ciclo de ilusões. Que não se exclua, não se reprima, nem se poupe de ser feliz. Simplesmente deixe o tempo ser responsável por apagá-lo e não faça nada disso que eu fiz.