terça-feira, 21 de setembro de 2010 | By: Valeska Moraes

O 54º poema: Dirceu esquece Marilia

Não penses, Marília, tu
que meu sorriso é teu raro
que vive às masmorras da solidão
Eu, minha donzela, hoje paro
de dar cordas ao desamparo
para a piedosa libertação

Não que viva, bela Marília,
Ao elevado reino
de amigos e amores,
Sem submissos ou desatentos
espinhos e belas flores
Só es que tuas magoas e dores
Já não me fazem julgamento

Pois eu que cantei na lira sagrada
E te roubei flores dos belos jardins
Vivi 53 poemas ao teu amor
E quando o último deles acabou,
Você, Marília, não me quis.

Padeces agora, padeces,
descamando sua beleza em pranto
E o que voce sorria, esquece
E o que eu sofria, canto
nas mais belas canções de liberdade
que a sua blasfemia emudece
não julgo a Marilia, mas merece,
sentir a dor da minha saudade

Importante es tu, Marilia
para teu poeta mais compor
as mais belas historias de poemas
que recitavam a ti: amor
Mas a ímpia mágoa que me dera
Transformaste os poemas que eu fizera
em cançoes de ímpia dor.

Pois que escreve ainda teu poeta
Sobre benevolencias irrelevantes
ainda sobre ti são os textos
que escreverá ele adiante
Com o tema do que deixara
no coração do teu amante:
O amor destroçado
de um corção despedaçado
com palpitadas dilacerantes

Entregue aos braços da paz
o teu poeta, ve nova cor
Não da cinza solidão
Nem do negro desamor
Confunde libertinagem com liberdade
Mas sossegado,
na corrida á tranquilidade,
ele ultrapassa o teu amor.

Marília desamparada chora,
pelos outros, tua propria dor
Pensa a bela moça:
"Se até Dirceu esquece Marília
qualquer outro apaixonado
pode esquecer do teu amor."