quinta-feira, 28 de outubro de 2010 | By: Valeska Moraes

Desapego

Já nao tenho tanto medo de perder os meus amigos.
As vezes eu não sei onde eles estão.
Se é que eles estão.
Há coisas que eu não posso dizer.
Mas as que eu posso, eu também não diria.
Há escolhas que eu não deveria fazer. E faço.
Inconscientemente.
Quero dizer que meu limite está tão proximo que já consigo vê-lo sem esforço.
Conheço a proxima cena.
Infelizmente.
Repito e reforço, já nao tenho tanto medo de perder os meus amigos.
Tenho medo, na verdade, que eles me percam.
Luto contra mim. Mim contra eu.
Volto a rezar.
Mudo de amigos.
Mudo de namorado.
Mudo de santo.
Pois que seja. Ou não.
Meu santuario agora tem uma foto de Nossa Senhora das Causas Impossiveis e eu so rezo para a Santa Paciencia.


O mundo está ao contrário.
Alguém reparou?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010 | By: Valeska Moraes

Enlou-cresça

Quantas pessoas sabem o que se passa por sua cabeça agora?

Sorria... sobre as suas mil e poucas camadas.
Viva. E se não puder, pelo menos, sobreviva.
Se não fizer isso por voce, nem por seus pais,
faça por seu cachorro... se ele pudesse falar ele te convenceria.
Quem mais comemora seu reencontro todos os dias?
Estude.
Namore.
Cante.
Dance no chuveiro.
Crie um idioma.
Converse com seu cachorro.
Vire conzinheiro, cantor, pintor e poeta.
Porque Felicidade so existe do outro lado da janela.
Sua grama não está tão verde?
Compre uma artificial.
Suas musicas nao estão boas?
Ouça as de sua mãe. As musicas que ela canta errado são as mais interessantes e sempre fazem mais sentido.
Sente um vazio por dentro?
Faça um lanche e encha de tudo o que vir pela frente.
E se estiver bastante triste ouça a pior musica do seu repertorio.
Bandas ruins nao servem para se ouvir, so pra se arrancar sorrisos.
Quanto pior a musica, melhor.
Abra sua janela. A tristeza precisa ir embora.
E a alegria so precisa de espaço, e uma musica ruim pra ajudar a expandi-la.
Abrace. Perdoe. Ame.
Construa o seu castelo de amor. Agora.
Constua uma barreira em sua volta.
Monte seu exercito.
Defenda-o.
Antes que a onda venha e não leve so a sua sandalia.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010 | By: Valeska Moraes

Insônia.


A metade de amor sempre ama
a sua metade.
a metade que rejeita a sua
respectiva.


Há sempre uma metade
que não entende.
Há sempre uma metade
que insiste.
Há sempre uma metade
que maltrata
a outra metade.
Que resiste.

Enquanto uma vive,
a outra sobrevive.
Enquanto uma sonha,
outra insonia.


Não admirável o não dormir de amar.
Metade estupida.
Sonho incompleto
que sempre acaba
quando eu sonhava
em não acordar.


Eis que sou uma metade.
Que não come,
não vive,
porque mais insiste.
Metade de amor
de tão incançavel...
que o sono miserável
desiste.