segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 | By: Valeska Moraes

Um outro eu.

"Me perdoe."
Foi tudo o que eu soube dizer.
Eu não queria enxe-lo de mentiras e alimenta-lo de esperanças. Não, eu não poderia.
Eu o amei de tão intensa forma que por vezes acreditei que tivera encontrado o amor da minha vida, a outra metade de mim.
Mas eu estava enganada. Eu estava realmente enganada.
Ele nunca havia sido de verdade a minha outra metade. Não havia 50% de mim em falta.
Ele era mais que isso. Meu coração tinha um espaço muito maior incompleto e ele encaixou-se perfeitamente nessa falta. Como eu poderia saber?
Sim, posteriormente eu pude sim descobrir. Mas ja era tarde demais.
Não como ele, eu não perdi um amigo. Mas eu também não havia perdido um amor. Eu não perdi o homem dos meus sonhos, nem perdi minha alma gemea. Eu não perdi minha outra metade.
Eu perdi minha sensibilidade, meu juizo, meu bom senso. E os perdendo, eu o perdi. E o perdendo, perdi a mim mesma. Eu perdi tudo. Tudo por um novo eu. Um eu insensível. Sem fundamentos.
E se você me perguntasse se esse poder que ele possuía o fazia perfeito? Eu lhe responderia: Não. Nunca o fez. Mas ele me amava, ele realmente me amava e isso era o bastante. E mais do que suficiente.
E então, eu te pergunto agora: O que será da minha vida sem ele? O que será de mim...

sem mim ?