segunda-feira, 23 de novembro de 2009 | By: Valeska Moraes

Amador

Amo porque vivo o amor. E só ele é o que me faz amar. Quanto mais vivo, mais amo e quanto mais amo, mais vivo do amor que não sei lidar.
Amo porque simplesmente amo, mas se fosse simples não seria amor. É um simplesmente simples, que se complica e confunde-se na incerteza pessoal de um amar de amador.
Amo, e quem ama sabe. Amo, e quem ama sente. Quem ama só não pode explicar, que o amor que faz amar, viria a isso a possibilitar, que o amar do amador, faz-te vir amar somente.
Então não há o amar demais, nem o pouco amar de dor. Quem ama, só ama e quem o sente quer simplesmente: sentir o amor. E não mais importa o que dói que sentes. Por amar, diz o que ama:
que ama a dor.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009 | By: Valeska Moraes

A máscara

Por que choras assim, assistente querida?
Es tão mais transparente que o proprio magico ou culpada por nao poder usar a mascara também?
Não que o teu senhor não sinta. Nem minta, pra plateia que assiste, mas tem um escudo facial que o protege.
Você pode perceber a diferença? Pois que não, não há. É o mesmo sentir, é o mesmo chorar.
Sem lágrimas.
Percebeste o sorriso dele? Pois que não, não tente, estais coberto, mas há. Você ouve a gargalhada facilmente e não percebe que é tão triste quanto o seu não-disfarçar.
Até, talvez, sofra mais que ti, mas disfarça melhor pra plateia, quando a magica dá errado.
Mas quem sabe ele tente novamente. Minha assistente, sorrio tão triste quanto seu rosto molhado.

O vento

Ah, eu lembro-me tão bem do momento. Ele ali ascendente, firme, instável, contraditório.
Tão rápido, tão passageiro quanto uma brisa, ou não. Vento furacão.
Breve, tão leve, brisa me leve, me dá calafrios.
Breve, tão breve, me carregue, a ti, em ventos frios.
Arrepios.
Estremeço, temo, tremo. Aonde que me levar?
Vento fraco, brisa se converte em tornado. Me carrega ao teu lado pra onde quiser me guiar.
Arrepiado, guiado, calado.
Vento, momento que não sai do pensamento.
Atinge-me abaixo do ouvido e ascende ate o meio do pescoço.
Eu aguentaria me conter?
Brisa, vã brisa. Não posso te guiar, mas se for passar...
Leva-me com você.