Era só no que ele pensava.
Ele esperou a sua vida inteira por aquela correspondência.
Na sua infinita ansiedade, ele não tinha o dom da paciência.
Ele foi ao Correio Nacional.
Ele criticou a prefeitura municipal.
Ele ousou da sua pobre indecência.
Ele foi a delegacia, a capela e ao cartório.
Ele procurou nos shoppings da cidade.
Nos achados e perdidos do escritório.
Ele foi às lanchonetes, aos bares noturnos, às boates mais lotadas...
Ele não esperou.
Ele procurou.. ele andou... ele correu.
E a correspondência... a correspondência nada.
Ele foi ao cinema, aos bancos, aos hospitais de maternidade.
Ele foi às farmácias, aos parques, aos sites de busca da internet.
Ele procurava sozinho perambulando as ruas da cidade.
E a sua esperança se constatou acabada.
Porque ele queria a correspondencia.
Ele só queria a correspondencia.
E a correspondência... a correspondencia nada.
E um certo dia, ele parou. Parou de procurar. Parou de correr.
Quando uma amiga o aconselhou:
Pare de se esforçar tanto... Deixe a correspondência vir ate você.
E ele ouviu. E resolveu tentar.
E finalmente ela chegou.
Sim, ela chegou.
Quando ele naturalmente se apaixonou...
pela amiga apaixonada que o mandou esperar.
E a correspondência?
Ah a correspondência - diz ele.
'Que naaada... Eu sabia que ela ia chegar.'
" Nada como um amor correspondido. "
0 comentários:
Postar um comentário